2 lugares para um poleiro, a minha previsão

“O primeiro piloto que tens de bater é o teu colega de equipa”. Esta é a máxima para qualquer piloto de F1 (e não só), antes de pensar em superiorizar-se a qualquer outro rival.

Para este ano temos novas duplas, rookies, pares que se mantêm, um pouco de tudo.

A minha previsão é a seguinte.

Nos campeões do mundo, a Mercedes, espero, uma vez mais, ver Lewis Hamilton a limpar o chão com Bottas. Acho que Valteri Bottas poderá até começar o ano, outra vez, suplantando Hamilton, mas a partir da 2a corrida da temporada, em Imola adiante, vejo o 7 vezes campeão do mundo inglês a deixar o finlandês a ver navios, como tem sido apanágio nos últimos 5 anos.

Pelas tareias, sobretudo em corrida, que Sir Lewis Hamilton dá constantemente a Valteri 4.0, vê-se o quanto Nico Rosberg foi subvalorizado, pois o piloto alemão, nos 4 anos que foi colega de equipa de Hamilton na Mercedes, deu-lhe sempre muita luta, vencendo mais corridas que o britânico em 2013, levando a luta pelo título até à última em 2014 e batendo Lewis pelo campeonato em 2016, no mesmo carro, retirando-se da F1 dias depois.

Na Red Bull, é que vejo as coisas mais calientes este ano. Não só por causa da chegada (muito merecida) do mexicano Sérgio (Checo) Perez, mas porque Checo é considerado uma máquina de fazer pontos, dos melhores, a par de Hamilton, na gestão da degradação dos pneus, muito inteligente e ao mesmo tempo combativo em corrida, cerebral, técnico, no seu 10º ano de F1 e como o próprio diz, sem nada a perder.

Por isso prevejo Perez a dar luta a Max Verstappen, não tanto em qualificação, mas sobretudo em corrida, a partir da 5a prova do ano, que como Checo disse, é quando calcula estar à vontade com o Red Bull – Honda. E os próprios responsáveis dos rubro-taurinos disseram esta semana, que o monolugar já não é feito à medida de Verstappen, como aconteceu nos últimos 2 anos, por isso acho, em corrida, vai ser um duelo muito interessante entre Max e Checo, no final a pender para o holandês, mas não por uma enorme margem.

Na McLaren, permanece o inglês Lando Norris, mas agora tem a companhia do 7 vezes vencedor de corridas e múltipla vezes visitante do pódio, o australiano Daniel Ricciardo. Aqui, considero que haverá faísca, não teremos o bromance entre Norris e Carlos Sainz dos últimos 2 anos, pois Ricciardo vai querer ter a equipa do seu lado, tentar bater regularmente Norris para cimentar o seu lugar dentro da formação de Woking.

Pelo que se viu nos últimos 2 anos na Renault, onde o australiano massacrou Hulkenberg e Ocon, isto para não falar de quando foi superior, no seu primeiro na Red Bull, a Sebastian Vettel em 2014, então tetracampeão do mundo em título, creio por tudo isto que Norris terá uma tarefa ainda mais difícil do que teve contra Sainz, terá de suar as estopinhas e mais para não ser logo desde o início remetido a papel de número 2 dentro da Mclaren. Considero que no final, as contas irão pender confortavelmente para Daniel Ricciardo.

Na Aston Martin, bom aqui é muito simples. Se Sebastian Vettel não massacrar Lance Stroll, ou pelo menos no computo geral no final do campeonato não for superior ao canadiano, então será game over para o alemão. Vettel na minha opinião, vai com uma pressão enorme já para a 1a corrida no Bahrein daqui e pouco mais de uma semana, depois de um ano horrendo o ano passado na Ferrari.

Até dando de barato que como estava de saída, a Scuderia o encostou um bocado e o ambiente não era o melhor, mas o que é facto é que no ano passado levou uma razia de Charles Leclerc, já para não mencionar 2019, 1o ano de Leclerc na Ferrari e de caras bateu logo Vettel, tal como Ricciardo o fez na Red Bull em 2014, nas mesmas circunstâncias.

Creio e sinceramente espero, porque gosto de Vettel, que o alemão vai ser superior a Stroll no final da época. O canadiano é muito irregular, com um humor muito variável, inseguro e foi batido sem apelo nem agravo por Checo Perez nos últimos 2 anos, na então Racing Point.

Na Alpine, sinceramente aqui faço desde já a minha aposta, sem ter que escrever muito. Vai ser game, set and match para o regressado Fernando Alonso face a Esteban Ocon. Alonso, tirando Lewis Hamilton nos tempos da McLaren em 2007, massacra os seus colegas de equipa. Ele simplesmente aniquilou o talentoso Stoffel Vandoorne na McLaren em 2017 e 2018, destruiu Felipe Massa na Ferrari, bateu Jenson Button também na esquadra de Woking.

Creio que Ocon, apesar de talentoso e rápido, não tem um psicológico forte, é irregular, cede sob pressão e o ano passado foi trucidado por Daniel Ricciardo na Renault. Se agora, pelo menos não der luta a Alonso, que vem de 2 anos fora da F1, então será au revoir Esteban.

Na Ferrari, para mim terá a dupla mais forte, com Charles Leclerc e Carlos Sainz. Será um o duo que tanto se pode dar muito bem, dentro e fora de pista, como pode-se dar muito mal. Por outro lado, Sainz, acabado de chegar à equipa e com uma personalidade de el matador, como o pai era no WRC, dentro de pista, mas fora dela é um team player, aglutinador, não levanta ondas, nem causa mau ambiente e sabe que tem de conquistar a Ferrari por dentro e por fora, nomeadamente os seus muito exigentes tiffosi.

Acho que no final de contas vai pender para Leclerc, tanto em qualificação, como em corrida, mas com Sainz na 2a parte da época a ficar mais a par do monegasco e a bater algumas vezes o mesmo.

Na Alpha Tauri, está outra dupla que me suscita muita curiosidade e interesse. Temos para mim o piloto do ano da época passada, Pierre Gasly, como uma mentalidade de um típico soldado da legião francesa, combativo, nunca desiste, resiliente, cai mas levanta-se sempre, nervos de aço e autoconfiança elevada, contra o rookie sensação da pré-temporada, que ainda há 3 anos competia “apenas” no Japão (venceu a F4 japonesa em 2018), o nipónico Yuki Tsunoda.

Vai ser o Ocidente contra o Oriente, dois jovens lobos cheios de sede de sucesso e protagonismo, um, Gasly, a tentar ser contratado no final do ano pela Alpine (pois sabe que não voltará à Red Bull ), ou outra equipa com pergaminhos a vitórias e títulos. O outro, Tsunoda, a tentar ser promovido à Red Bull o mais rapidamente. Neste particular, tenho muita dificuldade em apostar, mas vou jogar pelo seguro, e pôr as fichas em Gasly, pela experiência, talento e espírito de missão, mas que vai ser muito apertado isso vai.

Na Alfa Romeo, será mais equilibrado entre Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi, com o italiano num ano muito decisivo para a sua carreira, pois até agora, em 2 anos completos de F1, foi no geral batido pelo veterano Raikkonen, que com 41 anos, está mais ainda mais fresco, em forma, talentoso e consistente que nunca.

Giovinazzi, neste 3o ano com Kimi ao lado, vai ter que bater o finlandês, sob pena de sair da F1 pela porta pequena ou despercebida. Creio que novamente Raikkonen vai bater o italiano no final do campeonato e espero que Kimi ainda faça mais um ano, só para disfrutar dos novos carros de 2022.

Na Haas temos 2 rookies, num carro que não vai ser desenvolvido, que vai ser praticamente o mesmo o ano todo, por isso o único ponto de interesse para ambos os pilotos, Mick Schumacher e Nikita Mazepin, será quem vai ser o melhor dentro da equipa. Aposto em Mazepin, pois para além de ter sido mais rápido que Schumacher na pré temporada, é naturalmente mais rápido que o alemão, mais talentoso, faltando-lhe (muita) cabeça ainda, tanto dentro como fora de pista, mas se o russo tiver feito algum trabalho psicológico no defeso, estar mais focado, mais humano, mais calmo, então acho que sem muita dificuldade baterá Schumacher.

Por último, na Williams, vamos ver se George Russel continua o seu recorde fantástico, de bater os seus colegas de equipa na equipa de Grove, em todas as qualificações desde 2019. Acredito que sim, que continuará a ser, como lhe chama Ted Kravitz da Sky Sports, o Mr Saturday sem dificuldade, que irá novamente algumas vezes ao Q2 e espero mesmo muito, que consiga finalmente pontuar pela Williams.

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