Top 10 – Lendas do Grupo B

O Grupo B foi sem dúvida a categoria de rally mais perigosa e emocionante de todos os tempos. Foi um período breve, 4 anos, entre 1982 e 1986 que chegaram para criar lendas do mundo automóvel.
Acabou devido a questões relacionadas maioritariamente com a segurança, tanto o público como os pilotos enfrentavam a vida e a morte a cada etapa. Aqui ficam os modelos que para mim foram os mais emocionantes do Grupo B.
10 – Ford RS 200

O décimo lugar para inaugurar a lista fica reservado ao Ford RS200 com motor central traseiro e tracção integral. Era um modelo altamente competitivo, pesava aproximadamente 1000 kg e a nível de motorização contava com um 1.8 litros turbo de quatro cilindros de 350 a 450 cavalos que deu lugar mais tarde a um 2.1 litros turbo de quatro cilindros que rondava os 580 cavalos mas era capaz de chegar aos 650/700 cavalos. Para mim está associado ao acontecimento trágico do acidente de 1986 em Sintra, um dos responsáveis pelo fim do Grupo B.
9 – Opel Manta B400

O Opel Manta B400 foi um modelo pouco competitivo pois devido às suas características e performance, no Grupo B nunca conseguiu alcançar grande sucesso. O modelo era uma evolução do Ascona 400 que competia noutra categoria e contava com tracção apenas traseira. Apesar dos 980 kg, o motor de 2.4 litros produzia apenas 275 cavalos que não eram suficientes para acompanhar a competição.
8 – MG/Rover Metro 6R4

Este modelo que originalmente seria um sucessor do emblemático Mini viu a sua vida ser completamente alterada quando recebeu um motor de 3.0 litros central com 380/416 cavalos. A distância entre eixos curta e a tracção às quatro rodas tornaram este modelo bastante rápido e ágil. O seu aspecto totalmente desportivo, com grandes asas e alargamentos criaram uma grande quantidade de apaixonados.
7 – Toyota Celica Twincam Turbo

Desconhecido por alguns o Toyota Celica Twincam Turbo correu no Grupo B. Apesar de não ter sido brilhante como os sucessores da linha Celica no mundo dos Rallys, este Toyota equipava um motor de 2.0 litros turbo com quatro cilindros que produzia 330/380 cavalos. Pesava 1030/1100 kg e tinha tracção apenas traseira o que prejudicava bastante a sua performance nos campeonatos do mundo.
6 – Peugeot 205 Turbo 16

Com um motor 1.8 turbo de 350 cavalos e tracção às quatro rodas, com apenas 890 kg o Peugeot 205 Turbo foi uma verdadeira máquina de rally. O pequeno francês conseguiu afirmar-se no mundo da competição e obteve resultados bastante positivos.
5 – Citroën BX 4TC

Um dos modelos menos conhecidos do Grupo B pois “viveu” menos de um ano. Entrou em 1986, ano em que a modalidade foi cancelada. Apresentava tracção às quatro rodas, um motor de 2.1 litros turbo com 380 cavalos mas pesava 1150 kg que juntamente com a suspensão hidropneumática de não resultou muito bem. Apesar de ser o modelo mais pesado do Grupo B o seu motor era competente, no entanto conseguiu mostrar resultados positivos, muito possivelmente pelo curto espaço de tempo que teve.
4 – Renault 5 Turbo

Este foi um verdadeiro fenómeno que reforçou as vendas da Renault. O 5 Turbo apresentava um motor central de 1.4 litros turbo de 210/280 cavalos e no seu melhor um bloco de 1.6 litros turbo capaz de produzir 355 cavalos. Um verdadeiro pocket-rocket de 900 kg que apaixonou muitos corações.
3 – Lancia Delta S4

A estrear o pódio, na terceira posição temos o Lancia de rally mais potente de todos, o Delta S4. Este contava com um pequeno motor de 1.8 litros com quatro cilindros em linha turbo e com um supercharger para reduzir o “lag” do turbo. Ao início produzia 420/480 cavalos e no final por volta de 1986 já apresentava 612 cavalos. Um engenheiro da Abarth, responsável pelo motor do modelo afirmou na altura que com 5 bar de pressão o carro ultrapassava os 1000 cavalos mas danificava o motor. Com um peso de 950/1000 kg e tracção às quatro rodas este foi para um dos maiores “monstros” do grupo B e já explico porque é que não está em primeiro lugar.
2 – Audi Quattro S1

Em segundo lugar surge este que é “o” ou “um” dos grandes ícones do Grupo B, o famoso Audi Quattro S1. A nível de motor o carro equipava um bloco com 5 cilindros em linha turbo com 2.1 litros de cilindrada e que produzia cerca de 540 cavalos. Com a famosa tracção integral quattro a aceleração desta máquina até aos 100 km/h era cumprida em apenas 3,1 segundos.
1 – Lancia 037

Este é para mim o melhor que o Grupo B nos deixou, uma peça de arte italiana totalmente analógica. No inicio equipava um motor 2 litros com quatro cilindros que produzia entre 290 e 310 cavalos. Este deu lugar a um bloco com 2.1 litros, também de quatro cilindros, que já atingia os 345 cavalos às 8000 rpm. O carro recorria a um compressor para conseguir gerar mais potencia, o que tornava a entrega de força mais linear.

Era um tracção traseira com o motor central, ágil e leve (pesava apenas 960 kg) que com muitas histórias e episódios caricatos conseguiu fazer frente a carros de tracção integral. E é por isso que o admiro tanto, foi o último carro de WRC com tracção apenas traseira a ganhar um campeonato e isso só demonstra todo o talento que os pilotos tinham a domar estas “feras” com quatro rodas.
Com a extinção do Grupo B muitos destes modelos entraram noutras provas como o RallyCross onde atingiam potências superiores aos 700 cavalos.

Foram tempos que nunca mais vão ser vividos, a emoção era enorme tanto por parte do público como dos pilotos, em grande parte devido ao risco que estava envolvido. Máquina e Homem sempre no limite. Foram tempos áureos mas muito perigosos que contribuíram bastante para os avanços da segurança nos dias de hoje.
De todos qual é que querias ver na tua garagem?