O preocupante sinal da decoração 2020 da Haas F1 Team
A quinta temporada da Haas F1 Team no Campeonato do Mundo de Fórmula 1 arrancou oficialmente esta manhã, com a revelação do novo monolugar de Romain Grosjean e Kevin Magnussen.
Foi a primeira equipa a fazê-lo sem ninguém esperar que o fizesse e logo aí surpreendeu, apesar de perpetuar algo cada vez mais comum nos tempos que correm: a ausência da pompa e circunstância para ‘patrocinador ver’ que costumava abrilhantar estes lançamentos, com as estruturas, hoje, a optarem cada vez mais por apenas divulgarem a informação nas redes e aos meios.
À vista de todos está o regresso a um esquema de cores tradicional para uma equipa longe de o ser, tanto no estatuto como na sua forma de atuar no desporto.
Mas o que mais me chamou a atenção não foi o abandono do negro e dourado para dar lugar a uma palete dominada pelo branco, preto e vermelho: antes a repetição, a exemplo de anos anteriores, da quase total ausência de marcas na decoração do carro, incluindo-se aqui a de um ‘main sponsor’ que pudesse atenuar o ‘branding’ da Haas Automation Inc.
A temporada 2019 foi um fracasso absoluto para a equipa fundada por Gene Haas, justificado pelo 9º e penúltimo lugar (a pior classificação desde a estreia, em 2016) obtido na tabela dos construtores. Atrás, apenas a Williams, o que está longe de ser abonatório perante o momento difícil vivido pela equipa de ‘Sir’ Frank.
Com toda a polémica surgida em torno da Rich Energy, o patrocinador principal que acabou por deixar de o ser ainda no decorrer da época transata, obrigando ‘Mr. Haas’, em bom português, a abrir a ‘carteira’ e a chegar-se novamente ‘à frente’, muitos temiam que o início auspicioso da 1ª equipa norte-americana da Fórmula 1 em mais de 30 anos pudesse ter chegado ao fim — um cenário de tal forma plausível que chegou a ser admitido por Gunther Steiner, o controverso, mas positivamente direto, ‘Team Manager’ da Haas F1 Team.
Analisando a decoração dos carros, não se veem novos logótipos: o túnel de vento Windshear é mais um dos muitos ativos de Gene Haas; a Pirelli é presença obrigatória devido ao seu papel enquanto fornecedora de pneus exclusiva do Campeonato do Mundo de Fórmula 1; a Peak e a Richard Mille transitam de anos anteriores e o mesmo acontece com a marca de vestuário Jack & Jones, que se associou à equipa com a chegada de Kevin Magnussen.
A MindMaze a Monimet entram para o seu portfólio, mas apenas nos fatos dos pilotos e mecânicos, indiciando, assim, um menor investimento face ao desejado.
Com os efeitos do novo teto orçamental a vislumbrarem-se apenas, realisticamente, num horizonte de dois ou três anos após a sua introdução em 2021, acredito que ou os resultados da equipa melhoram significativamente esta temporada ou Gene Haas poderá seriamente ‘bater com a porta’ no final da época para voltar a dedicar toda a sua atenção (e recursos) à NASCAR e à gestão da sua empresa, até pela mensagem (subliminar ou não, fica a dúvida) das suas declarações no comunicado oficial de imprensa:
“Francamente, espero que o VF-20 nos devolva ao tipo de forma que demonstrámos em 2018, quando terminámos no 5º lugar entre os construtores. 2019 foi um ano duro para a nossa estrutura (…) Espero que possamos ter aprendido essas lições e que esse conhecimento adquirido tenha feito do VF-20 um carro mais competitivo. É importante para mim saber que estamos novamente na luta pelos pontos de forma consistente, até porque já provámos ter essa capacidade enquanto organização”.
Mais palavras para quê?
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